Ó, como poderei com modos exultar teu valor,
Se de mim és a melhor parte?
O que podem os meus louvores trazer a mim,
E o que sou senão eu mesmo quando te elogio?
Mesmo aqui deixem que vivamos divididos,
E nosso doce amor perder seu nome,
E por esta separação eu lhe cause
Que, graças a ti, tu a mereças sozinha.
Ó ausência, que tormento provarias,
Se teu amargo lazer não te libertasse
Para entreter o tempo com pensamentos de amor –
Que o tempo e pensamentos docemente enganam –
E que ensines como serem únicos,
Ao elogiá-lo aqui, e permanecer assim.

 

O, how thy worth with manners may I sing,
When thou art all the better part of me?
What can mine own praise to mine own self bring?
And what is ‘t but mine own when I praise thee?
Even for this let us divided live,
And our dear love lose name of single one,
That by this separation I may give
That due to thee which thou deservest alone.
O absence, what a torment wouldst thou prove,
Were it not thy sour leisure gave sweet leave
To entertain the time with thoughts of love,
Which time and thoughts so sweetly doth deceive,
And that thou teachest how to make one twain,
By praising him here who doth hence remain!