Para que eu deveria erguer o dossel,
Honrando somente as aparências,
Ou lançar as bases da eternidade,
Que serviria menos que o desperdício e a ruína?
Já não vi quem tivesse uma vida abastada
Perder tudo e, ainda, pagar caro o aluguel,
Passar de manjares a simples repastos,
Pobres ricos, de quem tudo foi tirado?
Não, deixa-me servir o teu coração,
E entregar-te meu óbolo, ínfimo, mas livre,
Imune ao tempo, indiferente à arte, porém
Com mútua entrega, dando-me por inteiro a ti.
Por isso, inútil delator! Quanto mais prendes
Uma alma verdadeira, menos a podes controlar.
Were ‘t aught to me I bore the canopy,
With my extern the outward honouring,
Or laid great bases for eternity,
Which prove more short than waste or ruining?
Have I not seen dwellers on form and favour
Lose all, and more, by paying too much rent,
For compound sweet forgoing simple savour,
Pitiful thrivers, in their gazing spent?
No, let me be obsequious in thy heart,
And take thou my oblation, poor but free,
Which is not mix’d with seconds, knows no art,
But mutual render, only me for thee.
Hence, thou suborn’d informer! a true soul
When most impeach’d stands least in thy control.