Ó, nunca digas que foi falso meu coração,
Embora a ausência assim me fizesse parecer!
Tão leve me desprendo do meu corpo,
Quanto da minha alma, que jaz em teu peito:
Eis o meu lar de amor: se tenho errado,
Como quem viaja, novamente retorno;
Ainda a tempo, mas sem retomá-lo –
Para dar sustento ao meu engano.
Nunca acredites, mesmo que em minha natureza reinem
Todas as fraquezas que assediam qualquer um,
Cuja honra seria grosseiramente manchada,
Desperdiçando tudo que tens de bom;
A nada neste imenso universo me dedico,
Exceto a ti, minha rosa; e, nele, és tudo para mim.

 

O, never say that I was false of heart,
Though absence seem’d my flame to qualify.
As easy might I from myself depart
As from my soul, which in thy breast doth lie:
That is my home of love: if I have ranged,
Like him that travels I return again,
Just to the time, not with the time exchanged,
So that myself bring water for my stain.
Never believe, though in my nature reign’d
All frailties that besiege all kinds of blood,
That it could so preposterously be stain’d,
To leave for nothing all thy sum of good;
For nothing this wide universe I call,
Save thou, my rose; in it thou art my all.