Ah! Que pobreza traz a minha Musa,
Que de tal modo demonstra seu orgulho,
Mesmo o ínfimo argumento vale mais,
Do que ouvir meus elogios a seu favor.
Ah, não me culpes se eu não mais escrever!
Olha no espelho, e lá verás um rosto
Que em muito supera minha torpe invenção,
Borrando minhas feições, e lançando-me em desgraça.
Não era pecado, então, ao tentar emendar,
Arruinar o ser que antes era são?
Porque meus versos não tendem a mais nada
Do que a bendizer tuas graças e teus dons;
E mais, muito mais, do que em meus versos cabe,
Teu espelho te diz ao te mirares nele.

 

Alack, what poverty my Muse brings forth,
That having such a scope to show her pride,
The argument all bare is of more worth
Than when it hath my added praise beside!
O, blame me not, if I no more can write!
Look in your glass, and there appears a face
That over-goes my blunt invention quite,
Dulling my lines and doing me disgrace.
Were it not sinful then, striving to mend,
To mar the subject that before was well?
For to no other pass my verses tend
Than of your graces and your gifts to tell;
And more, much more, than in my verse can sit
Your own glass shows you when you look in it.