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Quando minha amada jura ser verdadeira,
Eu a creio, embora saiba que ela mente;
E pense ser eu um jovem inconsequente,
Desconhecendo as falsas nuanças deste mundo.
Assim, em vão, pensando que ela me julgue novo,
Sabendo que meus melhores dias já se foram,
Simplesmente acredito em sua torpe língua;
Em ambos os lados, a mera verdade é suprimida,
Mas, quando ela não diz ser injusta?
E quando eu não digo que sou velho?
Ah, o maior dom do amor é parecer sério,
E, no amor, a idade não quer ser dita:
Assim, minto com ela, e ela comigo,
E mentindo, em nossos erros, nos deleitamos.

Versão que apareceu como o poema de abertura do livro O peregrino apaixonado, 1599:

Quando meu amor jura que é verdadeira,
eu acredito nela (embora saiba que mente)
Que ela possa me achar um jovem não treinado,
inábil nas falsas invenções do mundo.
Assim achando vaidosamente que ela me acha jovem,
embora saiba que meu anos há muito passaram seu melhor:
Eu, sorrindo, dou crédito à sua língua que fala falsidades,
corrigindo as faltas do amor com a calma intranquila do amor.
Mas por que diz meu amor que ela é jovem?
E por que não digo eu que eu sou velho?
Oh, o melhor hábito do amor é uma língua melíflua.
E a idade (no amor) não ama ter os anos revelados.
Por isso mentirei com amor, e amor comigo,
já que nossas faltas no amor assim serão sufocadas.

Versão que apareceu na edição dos sonetos completos de 1609:

Quando meu amor jura que é toda verdadeira,
Eu acredito nela, embora saiba que mente,
que ela possa me achar um jovem não treinado,
ignorante das falsas sutilezas do mundo.
Assim pensando vaidosamente que ela me acha jovem,
embora ela saiba que meus dias melhores já passaram:
simplesmente dou crédito a sua língua que fala falsidades,
em ambos os lados então a verdade simples foi suprimida.
Mas por que não diz ela que é injusta?
Oh, o melhor hábito do amor está na aparente confiança,
e a idade no amor não ama ter os dias revelados.
Por isso mentirei com ela, e ela comigo,
e em nossas faltas pela mentira ficaremos lisonjeados.

When my love swears that she is made of truth
I do believe her, though I know she lies,
That she might think me some untutor’d youth,
Unlearned in the world’s false subtleties.
Thus vainly thinking that she thinks me young,
Although she knows my days are past the best,
Simply I credit her false speaking tongue:
On both sides thus is simple truth suppress’d.
But wherefore says she not she is unjust?
And wherefore say not I that I am old?
O, love’s best habit is in seeming trust,
And age in love loves not to have years told:
Therefore I lie with her and she with me,
And in our faults by lies we flatter’d be.