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O teatro Blackfriars foi construído por Richard Burbage, em 1596, na margem norte do Tâmisa. Ao contrário dos teatros públicos, os teatros privados, tais como o Blackfriars, tinham telhados e eram especificamente criados para as classes ricas e altamente educadas da sociedade de Londres. Além disso, apesar de haver normas rígidas sobre os teatros públicos dentro da antiga muralha da cidade, os teatros privados em Londres foram construídos sobre terrenos que pertenciam à igreja – alegando que haviam sido apropriados por Henry VIII e, portanto, não estavam sob o controle do prefeito de Londres.

O Blackfriars logo se tornou o principal teatro, entre todos os de Londres. O preço de admissão era de até cinco vezes maior que o do The Globe, e comportava cerca de setecentas pessoas em um auditório pavimentado. Foi equipado com iluminação artificial e outros recursos que os outros teatros não possuíam, mas no geral muito se assemelhava aos teatros públicos com seus alçapões, superestrutura de cabanas (com fios e correias para pendurar adereços e atores menores), palco interno e camarim.

Em 1603, quando James I subiu ao trono Inglês, o patrono do Chamberlain Men´s, Sir Hudson, aposentou-se e permitiu que James I, um amante do teatro se tornasse  o novo defensor do grupo. Assim, o Chamberlain Men´s rapidamente passaram por uma mudança de nome e ficaram conhecidos desde então como King´s Men.

O King´s Men assumiu o arrendamento do Blackfriars de Richard e Cuthbert Burbage, em Agosto de 1608, por um período de 21 anos por 40 libras por ano, com cada membro da trupe mantendo uma sétima parte. Eles atuaram lá durante os meses de inverno, continuando a passar os verões no The Globe. Como Gerald Eades Bentley aponta em seu livro Shakespeare:

       … Por mais da metade de sua carreira em Londres, Shakespeare era sócio

na empresa da companhia do Chamberlain-King como ator, membro mantenedor, dramaturgo e anfitrião, primeiro do The Globe  e, em seguida, tanto do The Globe quanto do Blackfriars. Nenhum outro homem do tempo foi conhecido por ter sido ligado ao teatro de tantas maneiras diferentes (110).

Referências adicionais:

Bentley, Gerald Eades. Shakespeare: A Biographical Handbook. New Haven: Yale UP, 1968.

Berry, Herbert, ed. The First Public Playhouse. Montreal: Queen’s University Press, 1979.

Boyce, Charles. Shakespeare A to Z. New York: Facts on File, 1990.

Rutter, Carol Chillington. Documents of the Rose Playhouse. Manchester: Manchester UP, 1984.Shakespeare Hits the Big Time